Falhas
e acidentes podem ser evitados quando são adotadas práticas de manutenção e
conservação
Por Jullyana Bragança
Colaboração: Eng.
Mecânico e Civil Marcelo Júlio dos Santos
Fonte: Sóaquicondomínios |
Transportando milhões de
pessoas diariamente, o elevador é mais do que necessário para aprimorar a
mobilidade e facilitar a acessibilidade aos ambientes. Considerado como o meio
de transporte mais seguro do mundo, o uso do elevador é cada vez mais
constante. Apesar dos baixos índices de acidente, falhas mecânicas ocorrem, e
quando são decorrentes de erro humano – como imprudência – ou pela falta de
manutenção, torna-se importante a conscientização para os usuários e a manutenção
preventiva dos equipamentos.
Os acidentes e as falhas no funcionamento podem ser evitados
quando são adotadas práticas de conservação, manutenção e uso adequado, sendo
que tanto as empresas como os usuários devem estar cientes dos riscos e das
responsabilidades que cada parte envolvida tem na prevenção das falhas.
A manutenção preventiva é uma
ação de monitoramento realizada com a intenção de reduzir a probabilidade de
falhas mecânicas e a degradação do equipamento. É uma intervenção prevista,
realizada antes do aparecimento de uma falha, sendo assim, indispensável para a
segurança e o prolongamento da vida útil das máquinas. “É fazer tudo e
antecipadamente o que for necessário para que o equipamento continue a
desempenhar bem as funções para as quais foi projetado. Deve ser feita em
intervalos regulares e de acordo com critérios pré-estabelecidos”, explica o
engenheiro mecânico e civil, Marcelo Júlio dos Santos.
De acordo com o engenheiro, o
objetivo da manutenção preventiva é
reduzir a probabilidade de que ocorram falhas que comprometam o
funcionamento do equipamento, além de aumentar a vida útil e diminuir os custos
com manutenção corretiva[i]. O engenheiro Marcelo cita
alguns itens que devem ser verificados em uma manutenção preventiva:
Aspectos
físicos e estruturais: A infiltração de água na casa de máquinas
na caixa e no poço provoca danos e falhas de funcionamento, afetando
diretamente a parte elétrica e causando altos custos de reparação. Neste caso,
os funcionários e usuários devem ser alertados quanto ao perigo na hora de
lavar paredes e pisos nos halls próximos das portas dos elevadores.
Cabina:
Quando
a cabina para no andar, é necessário verificar as condições de nivelamento
entre o piso da mesma e o piso do andar. A exigência da norma é de que o
desnível máximo esteja entre 10 e 15 mm. Conferir e ajustar este desnível
diminui o risco da cabina parar entre dois andares. Além disso, o freio de
segurança, o operador de portas, a régua de segurança e as corrediças devem ser
reguladas com critérios normativos.
Casa
de máquinas: Deve-se verificar condições do regulador de
velocidade, o freio da máquina, os cabos de tração e o quadro de comando, além
dos desgastes de roldanas, cabos e tensão das correias.
Caixa
de corrida: Deve-se verificar as guias e o suporte, cabos
de manobra e fiações, portas, pavimento, fecho eletromecânico e o contrapeso.
Poço:
Deve-se verificar o fundo do poço e o para-choques.
Sobre a periodicidade das
manutenções preventivas, Marcelo diz que a empresa contratada deve elaborar um
plano onde serão definidos os períodos de verificação dos itens que são
mensais, trimestrais e semestrais. “Algumas cidades possuem legislação própria
com procedimentos documentais obrigatórios, como livro de ocorrências da
manutenção e emissão de laudo técnico anual com a respectiva anotação de
responsabilidade técnica pelo engenheiro responsável”, explica.
Segundo o engenheiro, o
elevador emite sinais que podem indicar futuros problemas. “É importante
manter-se atento a alguns alertas que são percebidos no equipamento e que,
muitas vezes, podem ser detectados pelos próprios usuários, como o elevador
parando entre os andares, trancos, presença de vibrações, portas que não fecham
corretamente e ruídos excessivos”, diz.
Fonte: Gramark Sinalizações |
O engenheiro Marcelo Júlio
finaliza explicando a importância do papel dos síndicos e administradores
prediais neste processo. “Eles são os responsáveis por contratar e fiscalizar
as empresas de manutenção que devem ser credenciadas pelas prefeituras e
conselhos regionais de engenharia. Como forma de garantir que os procedimentos
técnicos necessários estejam sendo cumpridos, síndicos e administradores podem
exigir, sempre que necessário, a presença do engenheiro responsável nas
vistorias mensais. Estes cuidados serão capazes de atenuar a responsabilidade
legal do síndico ou administrador predial por qualquer acidente que venha a
ocorrer por falta de manutenção adequada”.
É essencial manter a
manutenção em dia e conscientizar os usuários sobre o uso correto do
equipamento, a fim de que falhas e acidentes sejam evitados. A manutenção
preventiva garante segurança aos usuários, além de prolongar a vida útil do
elevador.
[i] Além da manutenção
preventiva, existe a manutenção corretiva, que é realizada quando o equipamento
– no caso, o elevador – apresenta algum problema no funcionamento. É o conceito
do reparo, o que acaba gerando transtorno para os usários do elevador, já que a
manutenção corretiva não é programada, ela acontece junto a uma parada da
produção.
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